O estudo de Jose Antonio e seus colaboradores de 2014, mostrou o que acontece na composição corporal de indivíduos que fazem exercícios de resistência (musculação) e possuem uma dieta hiperproteica com consumo de até 5 vezes a recomendação de ingestão de proteínas por dia.
A proteína é o macronutriente mais importante quando o assunto é alteração positiva na composição corporal. Aqui no Brasil e nos EUA a recomendação de ingestão de proteínas para adultos gira em torno de 0,8 a 1g de proteína /kg/dia. Uma dieta para pessoas ativas deve girar em torno de 1,2 a 2g de proteína /kg/dia. Já de acordo com a Sociedade internacional de nutrição esportiva são necessários de 1,4 a 2g de proteína /kg/dia para pessoas ativas. Portanto, uma alta ingestão de proteínas seria algo acima 2g de proteína /kg/dia.
Um estudo recente comparou dietas de baixa, normal e alta ingestão de proteínas . No entanto, o grupo da proteína não teve uma alta ingestão de proteína. Eles consumiram uma média de 1,8 g /kg /dia de proteína, essa ingestão em comparação com a população sedentária, não foi alta.
Nesse estudo feito por Jose Antonio, o grupo controle consumiu em torno de 0,4g a 1g/kg/dia de proteína e o outro grupo consumiu em média 4,4 g /kg /dia de proteína, que é mais de cinco vezes a dose diária recomendada
Certamente, a superalimentação, em geral, vai promover o aumento de peso corporal e ganho de massa gorda. Além disso, a composição das refeições durante essas dietas irá afetar diferentemente a composição corporal. Duas semanas de uma dieta de alta ingestão de doces contra uma alta de amendoins, mostrou que a circunferência da cintura aumentou apenas no grupo de doces, apesar do aumento da ingestão calórica ser idêntica. Isto sugere que a alta ingestão de alimentos ricos em açúcar representara aumento de gordura corporal, em contraste com o consumo de um alimento natural composto de gordura e carboidratos não industrializados.
A conclusão foi a seguinte, em indivíduos praticantes de musculação, uma dieta rica em proteínas não contribuiu para um ganho de massa gorda. Além disso, não houve alteração no peso corporal ou na massa corporal magra. Isso está em contraste com outros estudos que mostraram ganhos no peso corporal com dietas em que houve a superalimentação. Seria interessante verificar se uma dieta hiperproteica associado a um regime de treinamento de musculação pesado afetaria a composição corporal (ou seja, aumentaria a massa magra e diminuiria a massa gorda).
Outra coisa a salientar é que no estudo não foi medido os índices sanguineos para determinar quaisquer efeitos secundários, (ou seja, renal ou hepática ou alteração no colesterol) devido a alta ingestão de proteínas. Poucos indivíduos se queixaram de problemas gastrointestinais, bem como o sentimento de calor (ou seja, temperatura corporal elevada).
Resumindo, se por um lado o estudo mostrou que não houve ganho de gordura com o excesso de proteína, também não houve ganho de massa magra. Então, não adianta se entupir de proteína achando que isso vai ser melhor. Mais uma vez é comprovado que o certo é uma dieta equilibrada com um treino adequado e dentro das necessidades individuais de cada um. Use sempre a ciência e o bom senso a seu favor. Bons treinos!